Novos espaços, Novas ideias
Trabalhar um novo artigo é interessante, sobretudo porque estou a procurar, neste
espaço, contribuir para que temas de interesse acadêmico e profissional sejam
divulgados e facilitados para o conhecimento de colegas, amigos e estudantes.
Pretendo, periodicamente,
continuar a apresentar aqui, entre outros, assuntos relacionados com: Coopropriedade, Coocriação,
Coointeligência, Coopreendedorismo, Prospectiva, Estratégia e resumos de
artigos e trabalhos de estudo e pesquisa. Também pretendo publicar textos
produzidos em coprodução com estudantes e colegas docentes bem como textos de
convidados que estejam relacionados com as palavras-chave e os objetivos deste
Blog.
Também trataremos de temas
relacionados com Holismo, Teoria de Sistemas, Teoria da Complexidade,
Administração Integral e outros que estão direta e indiretamente relacionados
com os assuntos principais listados e com as áreas de conhecimento que trabalho
nos cursos de graduação e pós-graduação.
Nesta oportunidade falarei um
pouco sobre Coopropriedade. Trata-se
de um tema que estou trabalhando e em breve divulgarei detalhes neste e em outros Blogs. A
ideia de Coopropriedade (que também pode ser lida como Copropriedade) começa no
princípio da Mutualidade e da Sinergia entre as pessoas e do debate sobre o fim
da propriedade individual negativa como é conceitualmente definida no contexto
da Economia e nas normas capitalistas.
O fim da propriedade individual como proposto por P.-J. Proudhon em 1844 ficou praticamente fora do discurso acadêmico e científico, entre outros motivos, em virtude da intensidade como o reducionismo econômico, fortalecido pelo intenso poder do capitalismo, fixou o modelo mental da riqueza, a partir da propriedade individual de bens e serviços em lugar da posse distributiva entre as pessoas, como acontecia antes da dominação plena do espaço territorial pelos impérios e baronatos que fortaleciam o feudalismo.
A Terra como um dos principais fatores econômicos de riqueza, como um bem extenso, estimulou e fortaleceu o modelo mental que formou o paradigma do individualismo negativo, o qual tinha como principal requisito o domínio de um indivíduo sobre os bens materiais (tanto naturais quanto manufaturados), que lhe serviam como patrimônio e riqueza devidamente legalizados pelos poderes jurídicos dos países.
Pode-se dizer que a Terra foi um dos primeiros paradigmas estratégicos que contava com o subsídio das religiões para a afirmação da propriedade, que já estava se consolidando no ambiente organizacional desde a primeira revolução socioeconômica (Revolução Agrícola), quando um indivíduo cercou uma área plantada e gritou para os membros da tribo: "Esta é minha propriedade. Eu sou o dono desta área de terra". Isto há mais de 10 mil anos passados.
A propriedade como um marco social e econômico foi (e ainda é) responsável pela desorganização humana e geradora de violência em todos os cantos do Planeta. Violência inclusive com o próprio planeta, promovendo a destruição de várias bases de sustentação da vida no sentido de microvida, mesovida e macrovida que habitam o espaço terrestre. Esta violência gerada pela acumulação da propriedade como forma de riqueza extravasa a ponto de tornar-se o indivíduo não apenas ecoviolento, mas (o que está se tornando perigoso) bioviolento e socioviolento.
Estas formas de violência podem ser minimizadas na medida em que a propriedade for sendo extinta e se tornando coopropriedade, quando, então, o homem se tornará mais humano e mais integrado econômica e socialmente. Este tema, apesar de não estar ainda bem discutido e aceito no ambiente científico (e acadêmico), é muito rico e demandará muitas ideias e proposições criativas para se tornar não mais uma utopia: O Fim da Propriedade.