L.I.D.E.R. Ideias e Princípios

L.I.D.E.R. Ideias e Princípios
Imagem da Capa do Livro

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

DAS HABILIDADES ADMINISTRATIVAS ÀS GERENCIAIS

A releitura de artigos, ensaios e mesmo capítulos de livros, sejam escritos por nós ou por outros, quando se trata de temas interessantes ou que agregam valor ao nosso modo de PENSAR, parece trazer à tona do nosso conhecimento fases ou etapas que vivemos e realizamos. Por incrível que pareça, vemos ou sentimos nessas releituras que os temas abordados continuam tão atuais quanto o foram tempos atrás. Ao fazermos isso temos também a oportunidade de corrigir alguns pontos que nos parece hoje falhos e, até, melhorar outros que acharmos incompletos e até eliminarmos os termos desatualizados do artigo.
Passados dez anos fui reler alguns textos publicados em um Blog que abandonei e senti como se os tivesse escrito hoje com umas poucas ressalvas em relação a termos, expressões, locais citados que já não merecem ser repetidos e, por isso, eliminei-os para tornar o artigo mais atual ainda. Assim, nesta série de publicações que faço neste Blog, vou republicar alguns artigos de um conjunto que denominei de HABILIDADES DO ADMINISTRADOR DE SUCESSO e vou aproveitar para mostrar algumas das ideias que desenvolvi para distinguir as Ações do Administrador das Atividades do Gestor. Vou aproveitar também para indicar a interação e interdependência entre as funções de administrar e gerir um negócio. Esta republicação está dividida em cinco partes e, no final, se por ventura sentir ser preciso fechar com uma espécie de epílogo escrevê-lo-ei a título de conclusão.

As Habilidades do Administrador de Sucesso (Parte 1)
Algumas vezes insisto em alguns pontos e, em determinados momentos, me torno redundante e chego a incomodar as pessoas. Todavia, faço isto porque tenho percebido que existe uma imagem enganosa que contamina o cérebro de nossos alunos, qual seja a de que o diploma vale tudo e que, por isso, estudar, ler, pesquisar para ganhar dinheiro deve se restringir ao suficiente para se promover dentro de um curso, ser aprovado em uma disciplina e seguir em frente. Acontece que o diploma não agrega tanto valor às competências profissionais como o conhecimento que a pessoa adquire, constrói e desenvolve através da arte de Aprender em sua vida estudantil e mais ainda quando sai da faculdade.
A culpa pela deficiência na agregação de conhecimentos não é apenas do aluno, mas uma parte significativa desta corresponde à falta de competência para estudar, ler e aprender que ele traz para dentro da faculdade em virtude, por outro lado, da fragmentação do saber que gerado por uma pedagogia do não. Denomino também de Pedagogia de Almoxarifado, aquela função pedagógica, a qual obriga (e condiciona o indivíduo) a ler no sentido de decorar textos e não estudar no sentido de interpretar, aprender e refletir sobre o texto.
Ao decorar um texto, um problema, uma ideia, uma solução, o aluno imagina que está aprendendo alguma matéria ou aperfeiçoando um conhecimento, o que não é totalmente verdade, como se tem comprovado através de vários tipos de teste realizados para investigar a intensidade de aprendizagem de uma pessoa. Ao decorar o aluno alimenta a memória de curto prazo; ao estudar e interpretar o que foi lido ele fornece informações para uma memória de longo prazo. 
Decorar é uma das condições que reduzem a competência do profissional ao se defrontar com as situações conflitantes e críticas do ambiente de trabalho, do mercado bem como no enfrentamento das turbulências no ambiente global atual; e a deficiência competitiva não é pela falta de uma prática administrativa, como imagina a maioria, com vista a estar preparado para participar de uma seleção para ocupar uma dada vaga em uma empresa.
A prática é importante, porém ela também se torna um dos fatores limitados e limitantes da competência e, algumas vezes, se transforma em um complicador para o sucesso profissional porque torna o profissional escravo de modelos e modismos pragmáticos ao adquirir aptidões em um dado estágio ou mesmo em um treinamento. O estágio é bom, mas deve se fazer aqui um alerta para que o profissional não confunda conhecimento amplo e generalizado em gestão com os modismos, os automatismos percebidos, praticados e adquiridos pela cultura de uma dada empresa na qual ele praticou seus conhecimentos administrativos. É neste sentido que minha crítica à obsessão pela prática me remete a uma discussão permanente, em todas as disciplinas, sobre as Habilidades Essenciais que estão acima de qualquer cultura empresarial.
As empresas já estão descobrindo que admitir pessoal que já tenha prática e experiência em uma dada área de negócio pode se tornar ou tem sido um gerador de custos doentes, implicando em alguns prejuízos difíceis de recuperar. Para evitar ou minimizar esses custos doentes, as empresas estão investindo na formação e desenvolvimento de seu próprio capital intelectual ou melhorando aquele capital que os cursos superiores estão disponibilizando para o mercado. Pouco a pouco o Desenvolvimento de Sistemas Humanos (DSH) está se tornando uma realidade passando a predominar como recurso administrativo mais importante que o Treinamento de Sistemas Humanos (TSH) que passa a ser utilizado em situações preliminares ou nos casos que envolvem atividades especializadas.
Percebo que, muitas vezes, o aluno reclama que uma disciplina no curso é muito teórica ou cheia de teorias (como eles afirmam), sobretudo como uma tentativa de livrar-se do estudo e interpretação de textos; ou mesmo livrar-se da obrigação ler e construir textos escrevendo resumos e artigos para avaliação do conhecimento em uma disciplina. Esta minha afirmação tem como suporte a quantidade de texto que recebo todos os semestres como trabalhos feitos por alunos, cujos conteúdos ficam muito a desejar para um aluno de nível superior, sinalizando que ele perdeu ou nem chegou a alcançar um contato com a leitura. E com as facilidades geradas pela Internet a situação ficou mais crítica porque o estudante copia ou baixa um texto de uma página da web e nem se dá o trabalho de ler o que baixou quando está fazendo um texto para avaliação de uma dada disciplina.

As Habilidades do Administrador de Sucesso (Parte 2)
Segundo estudos que venho realizando e avaliando, a falta de leitura gera alguns dos tipos mais curiosos de analfabetismo que se sabem, tais como: o social, o tecnológico, o cultural, o legal, o estrutural, e outros tantos que têm criado problemas de perdas e custos doentes para as empresas. Diante destes problemas as áreas de pessoal estão sendo modificadas e ajustadas a programas que envolvem desde Endomarketing, Endoqualidade, até um modelo de Universidade Corporativa em grandes empresas que está pouco a pouco promovendo a extinção dos “Departamentos de Recursos Humanos”. Estes estudos que venho realizando levaram-me a criar uma metodologia de trabalho dedicada ao desenvolvimento de pessoas que estou denominando de Sistema L.I.D.E.R. (acrônimo com as letras iniciais das palavras: Ler-Interpretar-Desenvolver-Estudar-Refletir) que já transformei em livro a ser publicado, sobre o qual falarei em outra oportunidade.
Qual a relação entre esta situação crítica por que passa a educação superior e a falta de interesse, vontade ou mesmo competência para estudar, ler, aprender e desenvolver conhecimentos, e as Habilidades Essenciais de um Administrador de Sucesso? Por que a preocupação em obter uma boa colocação ou uma ocupação bem remunerada é dirigida com mais intensidade para a obtenção do diploma do que para a obtenção do conhecimento?
Insisto que o diploma sem o conhecimento e sem o desenvolvimento e a permanente atualização das Habilidades Essenciais pode não ter grande valor. Deve-se observar que o diploma pode, inicialmente, proporcionar a abertura do labirinto empresarial para o neófito Administrador, mas o ritual de passagem para o interior desse labirinto para se completar necessita passar por uma complexa avaliação. Avaliação que inclui, hoje, e acredito que no futuro será mais complicada ainda, desde a competência e maturidade lógica até a competência e maturidade emocional do candidato; nisto estão envolvidos desde conhecimentos teóricos até ações intuitivas que o profissional vai adquirindo ao longo do curso de graduação e se amplia ao participar de cursos de pós-graduação completando com a busca do autoconhecimento.
Pois bem, já realizei várias discussões sobre as HE, em especial nos encontros da ANGRAD e em seminários relacionados com o currículo do curso de Administração. Em uma (ou talvez duas) oportunidade quando fui solicitado a manifestar minhas ideias e sugestões sobre a elaboração de matriz curricular, como foi o caso das discussões sobre Novas Diretrizes Curriculares para Administração, procurei indicar caminhos que conduziriam para uma amplitude que difere muito dos modelos fragmentados, mecanicistas e pragmáticos; modelos que ainda perduram como conteúdo de vários cursos de Administração. As minhas ideias seguem a direção da transdisciplinaridade em uma estrutura de multiversidade, a qual representa o melhor seguimento para enfrentar as complexidades dos ambientes empreendedoriais e negociais competitivos.
Em um trabalho que estou revisando para posterior publicação e que tem por título: “O PROFISSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO E AS HABILIDADES ESSENCIAIS: Algumas discussões críticas sobre princípios para uma Administração Brasileira e realizações empreendedoriais” apresento as várias fases das discussões que tenho desenvolvido sobre este assunto. Em breve ele estará à disposição dos leitores.
Vou continuar discutindo este assunto sobre Habilidades Essenciais (HE), mas você pode sugerir algum outro que seja interessante para todos, desde que esteja dentro das seguintes abordagens: Estratégia e Prospectiva; Empreendedorismo e Desenvolvimento de Negócios; Associativismo e Cooperativismo; Qualidade Integral em qualquer área negocial; Sistemas Humanos Estratégicos; Sistemologia; Metodologia do Trabalho Científico; Pedagogia e Educação Integral; Administração Integral, e outros.

As Habilidades do Administrador de Sucesso (Parte 3)
Quando iniciei minhas leituras e estudos sobre a importância das Habilidades Essenciais (HE) para o Profissional de Administração de Sucesso, na época a ideia básica estava centrada no trabalho de Robert Katz e versava sobre três habilidades que ele considerou como capazes de contribuir para o sucesso do Administrador.
Desde a primeira pesquisa sobre o Perfil do Profissional de Administração, realizada pelo CFA – Conselho Federal de Administração, que o trabalho de Katz é utilizado como referência para dar suporte ao item sobre as habilidades profissionais. Contudo, pela minha perspectiva, sempre considerei que poderíamos melhorar este item para podermos conhecer um pouco mais as competências dos nossos Administradores;  neste caso, minha sugestão era ampliar a pesquisa incluindo as habilidades que eu já vinha estudando desde 1993 após a leitura do artigo de Katz.
Assim, depois de uma primeira apreciação (que discuto no artigo: O PROFISSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO E AS HABILIDADES ESSENCIAIS: Algumas discussões críticas sobre princípios para uma Administração Brasileira e realizações empreendedoriais), considerei que deveríamos acrescentar à proposta de Katz a Habilidade Heurística, sobretudo porque identifiquei em meus estudos que uma das características do gestor de negócios no Nordeste era a sua capacidade de agir com base na intuição; esta capacidade alguns chama de “tino empresarial”. Esta apreciação representou o segundo momento dos estudos sobre Habilidades Essenciais (HE).
O terceiro momento começa numa revisão que iniciei sobre o perfil empreendedorial enquanto utilizava um inventário que aprendi durante o Workshop Internacional sobre Empreendedorismo realizado com a equipe do Dr. Louis Jacques Filion, promovido pelo Curso de Engenharia da UFMG. Ao longo desse trabalho de reestudo do perfil, o qual associei às habilidades do Administrador, percebi com a ajuda dos estudantes que trabalhavam comigo durante os cursos de Desenvolvimento de Negócios e Empreendimentos e Negócios, que poderíamos ampliar as HE incluindo a Habilidade Emocional. Ao lado do “Tino Empresarial”, uma outra característica que se salienta no empresário nordestino vem retratada pelas emoções em seus vários formatos (que mais tarde consegui identificar entre outros no trabalho de Daniel Goleman referente às Inteligências Emocionais). Considerei, assim, que um profissional de Administração competente deveria desenvolver com efetividade suas habilidades Emocionais, sobretudo para poder atuar dentro das empresas ou mesmo em suas consultorias. Resultou disto o acréscimo de mais uma habilidade às que estávamos trabalhando.
No momento seguinte a discussão passou a ser sobre a distinção que poderia existir entre pensar uma decisão e tomar uma decisão o que implicava em que poderíamos trabalhar de modo independente tanto como a habilidade Heurística quanto com a habilidade Praxiológica, a qual havia associado à primeira. Desta discussão com os colaboradores e estudantes concluímos que era possível ter de forma separada estas duas habilidades e, assim, aparece a sexta habilidade que ficou com a denominação de Habilidade Praxiológica fechando, até agora, em seis as Habilidades Essenciais do Profissional de Sucesso. Para esta última habilidade utilizei como reforço o trabalho de Arnold Kaufmann: A Ciência da Tomada de Decisão, que tem como foco a Praxiologia.
Repasso e repiso todos os semestres aos alunos estas seis habilidades a fim de salientar a importância que têm para o desempenho das atividades profissionais e empresariais, o que tende a contribuir de forma significativa para o sucesso deles. Ocorre que o meu método de trabalho acadêmico foge muito da metodologia vigente (ainda) em nossas regiões para o processo educacional brasileiro, a qual fica presa a um sistema “de decorar para fazer provas”; como não faço provas por este enfoque os alunos pensam que não precisam “decorar” as minhas informações e os materiais que disponibilizo em aulas, porque não estão obrigados a prestar exame para mudar de semestre. Assim, no semestre seguinte como não estudaram para aprender, já não se lembram mais quais são as habilidades essenciais e outras informações importantes para o fortalecimento de seus conhecimentos e avanço no curso. Por isso repito e, as vezes me torno redundante ao dar ênfase a temas como este.

As Habilidades do Administrador de Sucesso (Parte 4)
Como já salientei em outras crônicas, nem sempre o problema do desempenho deficiente é responsabilidade do aluno. Contudo, não se pode negar o fato da pouca importância, do descaso mesmo em relação aos assuntos e temas trabalhados pelos professores em classe. Além da falta de colaboração e os bate-papos ruidosos incluindo casos de sessões de humor realizadas em dupla ou em pequenos grupos, enquanto o professor ou um colega está apresentando uma preleção; e apresentando trabalho sobre temas do programa de aulas, os quais geram tumultos desnecessários irritando a classe e contribuindo para a desconcentração do professor na sua atividade letiva. Muitas destas atitudes também podem contribuir para o péssimo desempenho que se tem verificado entre os profissionais de Administração, o que leva os empresários a exigir pessoal mais treinado e com mais prática ao admitir em seus negócios. Contudo tal processo não é um bom negócio para eles, pois a prática por si só e isolada da teoria pode até ser necessária, mas não é suficiente para tornar uma empresa bem sucedida.
Dos fatos citados tomarei aquele relativo às conversas paralelas enquanto o professor ou o colega estão apresentando suas ideias. Tenho mostrado, a todo o momento, para os estudantes que possuímos uma racionalidade limitada que nos dificulta atender, ao mesmo tempo, a duas falas ou dois sons vindos de pessoas ou objetos distintos. Sempre que alguém está conversando no mesmo instante em que outra pessoa está relatando ideias ocorre um bloqueio no sistema auditivo que impede de escutarmos os dois ao mesmo tempo. Você pode até ouvir os ruídos das vozes de ambos os falantes, mas não conseguirá, efetivamente, escutar a ambos e, de forma seletiva, você se concentra no que lhe parece mais interessante em dado momento.  O profissional de sucesso tem que aprender entre outras a Arte de Escutar para poder construir ou contextualizar respostas coerentes e efetivas que agreguem valor à discussão, à negociação, à preleção, enfim, ao diálogo. Isto é o que se percebe nas nossas salas de aula. A capacidade de concentração auditiva, visual, perceptiva, observativa e pensativa ainda é muito deficiente entre nossos estudantes e, de quebra, também ocorre o mesmo com os profissionais que são formados nesses cursos. Atualmente utilizo o Sistema APOR (Atenção-Percepção-Observação-Reflexão) como recurso para fazer com que os alunos comecem a entender que precisam educar seu poder de concentração para aprender mais e melhor.
As dificuldades em aprender as artes de pensar, escutar, observar, perceber e falar podem ser uma das causas que promove a diminuição da capacidade competitiva de nossos alunos e profissionais de Administração. Estas dificuldades são demonstradas nas atitudes e formas de se expressar durante as aulas em relação aos temas das diversas disciplinas do curso e alguns deles quando conseguem um bom resultado em uma prova examinadora deve-se muito à decoração de textos previamente designados pelo professor como base para avaliação. Nunca respondem com seus próprios pensamentos. Isto tende a reduzir a aprendizagem como consigo avaliar quando solicito aos alunos para discorrer sobre um assunto ou tema já tratado em aulas anteriores ou mesmo em semestres anteriores. Percebo que a maioria da sala fica calada, impotente e inquieta porque não consegue recordar quase nada ou mesmo nada daquilo que foi transmitido durante as aulas e nos semestres passados. E não se trata de assuntos complexos, difíceis como poderiam alegar os alunos. Trata-se de uma simples lembrança, como, por exemplo, das Funções Administrativas propostas por Henry Fayol.
Sempre digo aos alunos que não é preciso decorar para aprender. Aliás, ninguém aprende qualquer coisa por este sistema. Tenho mostrado para os eles que a melhor forma de aprender um assunto é através da construção de Mapas Mentais, os quais promovem a memorização dos conteúdos-chave (palavras e termos-chave) de um assunto. Existem outras formas além desta, mas para a maioria das disciplinas de Administração esta forma ajuda bastante o aluno a se preparar para qualquer tipo de avaliação. Contudo, é preciso saber Português. Sem conhecer bem o idioma fica difícil estudar por Mapas Mentais. Convido os colegas professores para meditar sobre isto.
Como desenvolver as competências profissionais se as ferramentas mais simples como: saber ler, escrever e contextualizar, não foram aprendidas e nem absorvidas mentalmente pelo aluno? Como realizar a efetivação das Habilidades Essenciais necessárias para o bom desempenho das atividades profissionais como Administrador, Consultor, Empresário se o aluno não consegue concatenar suas ideias e reconstruir com suas palavras as leituras feitas; nem dominar os temas discutidos em classe e as indicações concebidas nas preleções dos professores sobre os diversos temas de seu curso? Aqui vão algumas questões que devem ser precisamente respondidas pelos alunos. A parte que nos cabe como professor está nos esforços para realizar a geração de conhecimentos, mas precisamos que os alunos se comprometam com o seu desempenho e procurem aprender, pelo menos, as cinco artes que aqui estou indicando. Fazendo isto eles serão mais ativos e participativos nas aulas, o que contribuirá, sem dúvida, para uma ampla aprendizagem sem ser necessário decorar qualquer texto, além torna-los mais criativo.
A seguir apresento de forma sumária as Habilidades Essenciais que podem contribuir para o Administrador de Sucesso. Vejam que uso pouco quase nunca a palavra gestor, mas vale salientar que a Administração é composta com uma gama significativa de gestão e não o contrário como vem sendo exposto nos compêndios usados nos cursos, em especial os traduzidos. Aqui considero o Administrador um generalista e o Gerente (ou Gestor) um especialista. Porém, para que ambos possam ser bem sucedidos e competitivos precisam estar sempre a aperfeiçoar essas Habilidades Essenciais (HE).

As Habilidades do Administrador de Sucesso (Parte 5)
Vou começar pelas Habilidades Humanas que também chamo de Sociais, para discutir pontualmente os conteúdos que podem ajudar os alunos a perceberem a importância de investir seu tempo e energia para aperfeiçoar, cada vez mais as HE. Estas habilidades estão relacionadas com a cultura humana, social e organizacional das empresas, das comunidades de negócio e dos profissionais que atuam em seus micro e macro ambientes, dentro do projeto de estudo que eu realizo. No texto que estou preparando denominado: “As Habilidades do Administrador...”, discuto de forma mais ampla a importância das HE focando a formação de uma Administração Brasileira, e lá as Habilidades Humanas foram assim especificadas: “Pode dizer-se que (essas Habilidades) estão relacionadas com a capacidade e o discernimento que um profissional possui de realizar suas atividades através das pessoas e interagindo com elas de forma efetiva [afetiva também], no que se inclui para esta realização o conhecimento ou domínio de Processos Motivacionais bem como a aplicação eficiente de sua capacidade para Liderar grupos e ambientes humanos”.
No que concerne aos elementos emocionais e espirituais eu os estudo de forma mais específica junto com as próprias Habilidades Emocionais e Espirituais (e considero estes elementos em meus estudos como nível micro de competência ou nível ambiental intrínseco). Portanto, o que os profissionais devem procurar desenvolver, quando se trata de Habilidades Humanas e Sociais, são aqueles valores que formam: a cultura, a ética e a estética, os valores comunicativos e dialógicos, bem como as várias formas de relacionamento geradas pelo ambiente onde atua, age e vive o profissional. São fatores que tornam o indivíduo uma pessoa mais humana ou mais humanizada dentro de seus grupos, comunidades, organizações, etc., mesmo que seja necessário considerar nesses aspectos os valores que constituem as bases emocionais e espirituais, os quais tenham contribuído como elementos de Endoqualidade para a formação da competência humana do Homem. Em outras palavras, as Habilidades Humanas e Sociais respondem pela Exoqualidade e pela Ecoqualidade Pessoal Extrínseca do Profissional, enquanto as Habilidades Emocionais e Espirituais respondem por sua Endoqualidade e Ecoqualidade autotélica e intrínseca.
As Habilidades Emocionais envolvem-se com as energias psíquicas e orgânicas do indivíduo promovendo ações sobre o ambiente e absorvendo ações do ambiente sendo, portanto, um dos fatores-chave do processo sinérgico que realça o sentido humano das pessoas. Esse processo envolve as Inteligências Emocionais (IE) que enriquecem as ações e as atividades humanas dentro das organizações. Desenvolve-las e aperfeiçoa-las pode proporcionar a realização da Maturidade Pessoal do profissional.
As Habilidades Conceituais e Interpretativas representam as mais críticas ou aquelas que servem de alavanca para que um profissional possa avançar na direção do sucesso, porque elas são responsáveis pelo discurso, pela elaboração do conteúdo textual, oral, semiótico, linguístico, comunicativo e projetivo do conhecimento. Podemos dizer que “[Essas] (...) habilidades (...) implicam na capacidade que possui um profissional de decodificar os Signos que compõem todo o universo do seu campo de atuação ou a complexidade da organização como um todo, em sentido Holístico, sem se descuidar de cada área específica de que é formado este universo complexo. Permite agir de acordo com os objetivos globais da organização, e não apenas em função de Metas (Focos de Negócio) e necessidades urgentes e imediatas atribuídas ao próprio grupo e ao contexto da organização.
Quanto às Habilidades Técnicas elas representam a parte que envolve a realização das atividades aprendidas pelo profissional. São habilidades que caracterizam a gestão. “Diz-se que um indivíduo (ou um profissional) é dotado de habilidade técnica quando ele possui Capacidade de aplicar Conhecimentos Técnicos, métodos e para utilizar-se de equipamentos e ferramentas necessários à execução de tarefas específicas. Esta habilidade é adquirida através da experiência, da Educação e do Treinamento”.
Para o profissional de Administração desenvolver e manter sempre atualizadas as Habilidades Heurísticas representa uma oportunidade de expor suas capacidades para criar e inovar, desconstruir e ordenar os processos negociais. “[Essas habilidades resultam] da capacidade intuitiva de compreender, identificar e construir Cenários, bem como associá-los ao Processo Decisório (...) no sentido praxionômico de inovação, intuição, inter-relação de valores, ideias e decisões, interagindo na busca e envolvimento de fatores criativos capazes de construir (re-construir) o futuro por antecipação, prospecção ou previsibilidade de ações.” Concluo assim este tema das Habilidades Essenciais ainda que o esteja tratando de forma sumária.



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