A releitura de artigos, ensaios e
mesmo capítulos de livros, sejam escritos por nós ou por outros, quando se
trata de temas interessantes ou que agregam valor ao nosso modo de PENSAR,
parece trazer à tona do nosso conhecimento fases ou etapas que vivemos e
realizamos. Por incrível que pareça, vemos ou sentimos nessas releituras que os
temas abordados continuam tão atuais quanto o foram tempos atrás. Ao fazermos
isso temos também a oportunidade de corrigir alguns pontos que nos parece hoje
falhos e, até, melhorar outros que acharmos incompletos e até eliminarmos os
termos desatualizados do artigo.
Passados dez anos fui reler alguns
textos publicados em um Blog que abandonei e senti como se os tivesse escrito
hoje com umas poucas ressalvas em relação a termos, expressões, locais citados
que já não merecem ser repetidos e, por isso, eliminei-os para tornar o artigo
mais atual ainda. Assim, nesta série de publicações que faço neste Blog, vou
republicar alguns artigos de um conjunto que denominei de HABILIDADES DO
ADMINISTRADOR DE SUCESSO e vou aproveitar para mostrar algumas das ideias que
desenvolvi para distinguir as Ações do Administrador das Atividades do Gestor.
Vou aproveitar também para indicar a interação e interdependência entre as
funções de administrar e gerir um negócio. Esta republicação está dividida em
cinco partes e, no final, se por ventura sentir ser preciso fechar com uma
espécie de epílogo escrevê-lo-ei a título de conclusão.
Algumas vezes insisto em alguns
pontos e, em determinados momentos, me torno redundante e chego a incomodar as
pessoas. Todavia, faço isto porque tenho percebido que existe uma imagem
enganosa que contamina o cérebro de nossos alunos, qual seja a de que o diploma
vale tudo e que, por isso, estudar, ler, pesquisar para ganhar dinheiro deve se
restringir ao suficiente para se promover dentro de um curso, ser aprovado em
uma disciplina e seguir em frente. Acontece que o diploma não agrega tanto
valor às competências profissionais como o conhecimento que a pessoa adquire,
constrói e desenvolve através da arte de Aprender em sua vida estudantil e mais
ainda quando sai da faculdade.
A culpa pela deficiência na
agregação de conhecimentos não é apenas do aluno, mas uma parte significativa
desta corresponde à falta de competência para estudar, ler e aprender que ele
traz para dentro da faculdade em virtude, por outro lado, da fragmentação do
saber que gerado por uma pedagogia do não.
Denomino também de Pedagogia de Almoxarifado, aquela função pedagógica, a qual
obriga (e condiciona o indivíduo) a ler no sentido de decorar textos e não
estudar no sentido de interpretar, aprender e refletir sobre o texto.
Ao decorar um texto, um problema,
uma ideia, uma solução, o aluno imagina que está aprendendo alguma matéria ou
aperfeiçoando um conhecimento, o que não é totalmente verdade, como se tem
comprovado através de vários tipos de teste realizados para investigar a
intensidade de aprendizagem de uma pessoa. Ao decorar o aluno alimenta a
memória de curto prazo; ao estudar e interpretar o que foi lido ele fornece
informações para uma memória de longo prazo.
Decorar é uma das condições que
reduzem a competência do profissional ao se defrontar com as situações
conflitantes e críticas do ambiente de trabalho, do mercado bem como no
enfrentamento das turbulências no ambiente global atual; e a deficiência
competitiva não é pela falta de uma prática administrativa, como imagina a
maioria, com vista a estar preparado para participar de uma seleção para ocupar
uma dada vaga em uma empresa.
A prática é importante, porém ela
também se torna um dos fatores limitados e limitantes da competência e, algumas
vezes, se transforma em um complicador para o sucesso profissional porque torna
o profissional escravo de modelos e modismos pragmáticos ao adquirir aptidões
em um dado estágio ou mesmo em um treinamento. O estágio é bom, mas deve se
fazer aqui um alerta para que o profissional não confunda conhecimento amplo e
generalizado em gestão com os modismos, os automatismos percebidos, praticados
e adquiridos pela cultura de uma dada empresa na qual ele praticou seus
conhecimentos administrativos. É neste sentido que minha crítica à obsessão
pela prática me remete a uma discussão permanente, em todas as disciplinas, sobre
as Habilidades Essenciais que estão acima de qualquer cultura empresarial.
As empresas já estão descobrindo
que admitir pessoal que já tenha prática e experiência em uma dada área de
negócio pode se tornar ou tem sido um gerador de custos doentes, implicando em
alguns prejuízos difíceis de recuperar. Para evitar ou minimizar esses custos
doentes, as empresas estão investindo na formação e desenvolvimento de seu
próprio capital intelectual ou melhorando aquele capital que os cursos
superiores estão disponibilizando para o mercado. Pouco a pouco o
Desenvolvimento de Sistemas Humanos (DSH) está se tornando uma realidade
passando a predominar como recurso administrativo mais importante que o
Treinamento de Sistemas Humanos (TSH) que passa a ser utilizado em situações
preliminares ou nos casos que envolvem atividades especializadas.
Percebo que, muitas vezes, o aluno
reclama que uma disciplina no curso é muito teórica ou cheia de teorias (como
eles afirmam), sobretudo como uma tentativa de livrar-se do estudo e
interpretação de textos; ou mesmo livrar-se da obrigação ler e construir textos
escrevendo resumos e artigos para avaliação do conhecimento em uma disciplina.
Esta minha afirmação tem como suporte a quantidade de texto que recebo todos os
semestres como trabalhos feitos por alunos, cujos conteúdos ficam muito a
desejar para um aluno de nível superior, sinalizando que ele perdeu ou nem
chegou a alcançar um contato com a leitura. E com as facilidades geradas pela
Internet a situação ficou mais crítica porque o estudante copia ou baixa um
texto de uma página da web e nem se
dá o trabalho de ler o que baixou quando está fazendo um texto para avaliação
de uma dada disciplina.
Segundo estudos que venho realizando e
avaliando, a falta de leitura gera alguns dos tipos mais curiosos de
analfabetismo que se sabem, tais como: o social, o tecnológico, o cultural, o
legal, o estrutural, e outros tantos que têm criado problemas de perdas e
custos doentes para as empresas. Diante destes problemas as áreas de pessoal
estão sendo modificadas e ajustadas a programas que envolvem desde
Endomarketing, Endoqualidade, até um modelo de Universidade Corporativa em
grandes empresas que está pouco a pouco promovendo a extinção dos
“Departamentos de Recursos Humanos”. Estes estudos que venho realizando
levaram-me a criar uma metodologia de trabalho dedicada ao desenvolvimento de
pessoas que estou denominando de Sistema L.I.D.E.R. (acrônimo com as letras
iniciais das palavras: Ler-Interpretar-Desenvolver-Estudar-Refletir) que já
transformei em livro a ser publicado, sobre o qual falarei em outra
oportunidade.
Qual a relação entre esta situação crítica por
que passa a educação superior e a falta de interesse, vontade ou mesmo
competência para estudar, ler, aprender e desenvolver conhecimentos, e as
Habilidades Essenciais de um Administrador de Sucesso? Por que a preocupação em
obter uma boa colocação ou uma ocupação bem remunerada é dirigida com mais intensidade
para a obtenção do diploma do que para a obtenção do conhecimento?
Insisto que o diploma sem o conhecimento e sem
o desenvolvimento e a permanente atualização das Habilidades Essenciais pode
não ter grande valor. Deve-se observar que o diploma pode, inicialmente,
proporcionar a abertura do labirinto empresarial para o neófito Administrador,
mas o ritual de passagem para o interior desse labirinto para se completar
necessita passar por uma complexa avaliação. Avaliação que inclui, hoje, e
acredito que no futuro será mais complicada ainda, desde a competência e
maturidade lógica até a competência e maturidade emocional do candidato; nisto
estão envolvidos desde conhecimentos teóricos até ações intuitivas que o
profissional vai adquirindo ao longo do curso de graduação e se amplia ao
participar de cursos de pós-graduação completando com a busca do autoconhecimento.
Pois bem, já realizei várias discussões sobre
as HE, em especial nos encontros da ANGRAD e em seminários relacionados com o
currículo do curso de Administração. Em uma (ou talvez duas) oportunidade
quando fui solicitado a manifestar minhas ideias e sugestões sobre a elaboração
de matriz curricular, como foi o caso das discussões sobre Novas Diretrizes
Curriculares para Administração, procurei indicar caminhos que conduziriam para
uma amplitude que difere muito dos modelos fragmentados, mecanicistas e
pragmáticos; modelos que ainda perduram como conteúdo de vários cursos de
Administração. As minhas ideias seguem a direção da transdisciplinaridade em
uma estrutura de multiversidade, a qual representa o melhor seguimento para
enfrentar as complexidades dos ambientes empreendedoriais e negociais
competitivos.
Em um trabalho que estou revisando para posterior publicação e que
tem por título: “O PROFISSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO E AS HABILIDADES ESSENCIAIS:
Algumas discussões críticas sobre princípios para uma Administração Brasileira
e realizações empreendedoriais” apresento as várias fases das discussões que
tenho desenvolvido sobre este assunto. Em breve ele estará à disposição dos
leitores.
Vou continuar discutindo este assunto sobre
Habilidades Essenciais (HE), mas você pode sugerir algum outro que seja
interessante para todos, desde que esteja dentro das seguintes abordagens:
Estratégia e Prospectiva; Empreendedorismo e Desenvolvimento de Negócios;
Associativismo e Cooperativismo; Qualidade Integral em qualquer área negocial;
Sistemas Humanos Estratégicos; Sistemologia; Metodologia do Trabalho
Científico; Pedagogia e Educação Integral; Administração Integral, e outros.
As Habilidades do Administrador de Sucesso (Parte 3)
Quando iniciei minhas leituras e estudos sobre a
importância das Habilidades Essenciais (HE) para o Profissional de
Administração de Sucesso, na época a ideia básica estava centrada no trabalho
de Robert Katz e versava sobre três habilidades que ele considerou como capazes
de contribuir para o sucesso do Administrador.
Desde a primeira pesquisa sobre o Perfil do
Profissional de Administração, realizada pelo CFA – Conselho Federal de Administração,
que o trabalho de Katz é utilizado como referência para dar suporte ao item sobre
as habilidades profissionais. Contudo, pela minha perspectiva, sempre
considerei que poderíamos melhorar este item para podermos conhecer um pouco
mais as competências dos nossos Administradores; neste caso, minha sugestão era ampliar a
pesquisa incluindo as habilidades que eu já vinha estudando desde 1993 após a
leitura do artigo de Katz.
Assim, depois de uma primeira apreciação (que discuto
no artigo: O PROFISSIONAL DE
ADMINISTRAÇÃO E AS HABILIDADES ESSENCIAIS: Algumas discussões críticas sobre
princípios para uma Administração Brasileira e realizações empreendedoriais),
considerei que deveríamos acrescentar à proposta de Katz a Habilidade Heurística, sobretudo porque identifiquei
em meus estudos que uma das características do gestor de negócios no Nordeste
era a sua capacidade de agir com base na intuição; esta capacidade alguns chama
de “tino empresarial”. Esta apreciação representou o segundo momento dos
estudos sobre Habilidades Essenciais (HE).
O terceiro momento começa numa revisão que iniciei
sobre o perfil empreendedorial enquanto utilizava um inventário que aprendi
durante o Workshop Internacional sobre Empreendedorismo realizado com a equipe
do Dr. Louis Jacques Filion, promovido pelo Curso de Engenharia da UFMG. Ao
longo desse trabalho de reestudo do perfil, o qual associei às habilidades do
Administrador, percebi com a ajuda dos estudantes que trabalhavam comigo
durante os cursos de Desenvolvimento de Negócios e Empreendimentos e Negócios,
que poderíamos ampliar as HE incluindo a Habilidade Emocional. Ao lado do “Tino Empresarial”, uma outra característica que
se salienta no empresário nordestino vem retratada pelas emoções em seus vários
formatos (que mais tarde consegui identificar entre outros no trabalho de
Daniel Goleman referente às Inteligências Emocionais). Considerei, assim, que
um profissional de Administração competente deveria desenvolver com efetividade
suas habilidades Emocionais, sobretudo para poder atuar dentro das empresas ou
mesmo em suas consultorias. Resultou disto o acréscimo de mais uma habilidade
às que estávamos trabalhando.
No momento seguinte a discussão passou a ser sobre a
distinção que poderia existir entre pensar
uma decisão e tomar uma decisão
o que implicava em que poderíamos trabalhar de modo independente tanto como a
habilidade Heurística quanto com a habilidade Praxiológica, a qual havia
associado à primeira. Desta discussão com os colaboradores e estudantes
concluímos que era possível ter de forma separada estas duas habilidades e,
assim, aparece a sexta habilidade que ficou com a denominação de Habilidade Praxiológica fechando, até
agora, em seis as Habilidades Essenciais do Profissional de Sucesso. Para esta
última habilidade utilizei como reforço o trabalho de Arnold Kaufmann: A
Ciência da Tomada de Decisão, que tem como foco a Praxiologia.
Repasso e repiso todos os semestres aos alunos estas
seis habilidades a fim de salientar a importância que têm para o desempenho das
atividades profissionais e empresariais, o que tende a contribuir de forma
significativa para o sucesso deles. Ocorre que o meu método de trabalho
acadêmico foge muito da metodologia vigente (ainda) em nossas regiões para o
processo educacional brasileiro, a qual fica presa a um sistema “de decorar
para fazer provas”; como não faço provas por este enfoque os alunos pensam que
não precisam “decorar” as minhas informações e os materiais que disponibilizo
em aulas, porque não estão obrigados a prestar exame para mudar de semestre.
Assim, no semestre seguinte como não estudaram para aprender, já não se lembram
mais quais são as habilidades essenciais e outras informações importantes para
o fortalecimento de seus conhecimentos e avanço no curso. Por isso repito e, as
vezes me torno redundante ao dar ênfase a temas como este.
As
Habilidades do Administrador de Sucesso (Parte 4)
Como já salientei em outras crônicas, nem sempre o problema do
desempenho deficiente é responsabilidade do aluno. Contudo, não se pode negar o
fato da pouca importância, do descaso mesmo em relação aos assuntos e temas
trabalhados pelos professores em classe. Além da falta de colaboração e os
bate-papos ruidosos incluindo casos de sessões de humor realizadas em dupla ou
em pequenos grupos, enquanto o professor ou um colega está apresentando uma
preleção; e apresentando trabalho sobre temas do programa de aulas, os quais
geram tumultos desnecessários irritando a classe e contribuindo para a
desconcentração do professor na sua atividade letiva. Muitas destas atitudes
também podem contribuir para o péssimo desempenho que se tem verificado entre
os profissionais de Administração, o que leva os empresários a exigir pessoal
mais treinado e com mais prática ao admitir em seus negócios. Contudo tal
processo não é um bom negócio para
eles, pois a prática por si só e isolada da teoria pode até ser necessária, mas
não é suficiente para tornar uma empresa bem sucedida.
Dos fatos citados tomarei aquele relativo às conversas paralelas
enquanto o professor ou o colega estão apresentando suas ideias. Tenho
mostrado, a todo o momento, para os estudantes que possuímos uma racionalidade
limitada que nos dificulta atender, ao mesmo tempo, a duas falas ou dois sons
vindos de pessoas ou objetos distintos. Sempre que alguém está conversando no
mesmo instante em que outra pessoa está relatando ideias ocorre um bloqueio no sistema
auditivo que impede de escutarmos os dois ao mesmo tempo. Você pode até ouvir os ruídos das vozes de ambos os
falantes, mas não conseguirá, efetivamente, escutar a ambos e, de forma
seletiva, você se concentra no que lhe parece mais interessante em dado momento. O profissional de sucesso tem que aprender
entre outras a Arte de Escutar para
poder construir ou contextualizar respostas coerentes e efetivas que agreguem
valor à discussão, à negociação, à preleção, enfim, ao diálogo. Isto é o que se
percebe nas nossas salas de aula. A capacidade de concentração auditiva, visual, perceptiva, observativa e
pensativa ainda é muito deficiente entre nossos estudantes e, de quebra,
também ocorre o mesmo com os profissionais que são formados nesses cursos.
Atualmente utilizo o Sistema APOR (Atenção-Percepção-Observação-Reflexão) como
recurso para fazer com que os alunos comecem a entender que precisam educar seu
poder de concentração para aprender mais e melhor.
As dificuldades em aprender as artes de pensar, escutar, observar, perceber e falar podem ser uma das
causas que promove a diminuição da capacidade competitiva de nossos alunos e
profissionais de Administração. Estas dificuldades são demonstradas nas
atitudes e formas de se expressar durante as aulas em relação aos temas das
diversas disciplinas do curso e alguns deles quando conseguem um bom resultado
em uma prova examinadora deve-se muito à decoração de textos previamente
designados pelo professor como base para avaliação. Nunca respondem com seus
próprios pensamentos. Isto tende a reduzir a aprendizagem como consigo avaliar
quando solicito aos alunos para discorrer sobre um assunto ou tema já tratado
em aulas anteriores ou mesmo em semestres anteriores. Percebo que a maioria da
sala fica calada, impotente e inquieta porque não consegue recordar quase nada
ou mesmo nada daquilo que foi transmitido durante as aulas e nos semestres
passados. E não se trata de assuntos complexos, difíceis como poderiam alegar
os alunos. Trata-se de uma simples lembrança, como, por exemplo, das Funções Administrativas propostas por
Henry Fayol.
Sempre digo aos alunos que não é preciso decorar para aprender.
Aliás, ninguém aprende qualquer coisa por este sistema. Tenho mostrado para os eles
que a melhor forma de aprender um assunto é através da construção de Mapas
Mentais, os quais promovem a memorização dos conteúdos-chave (palavras e
termos-chave) de um assunto. Existem outras formas além desta, mas para a
maioria das disciplinas de Administração esta forma ajuda bastante o aluno a se
preparar para qualquer tipo de avaliação. Contudo, é preciso saber Português.
Sem conhecer bem o idioma fica difícil estudar por Mapas Mentais. Convido os
colegas professores para meditar sobre isto.
Como desenvolver as competências profissionais se as ferramentas
mais simples como: saber ler, escrever e contextualizar, não foram aprendidas e
nem absorvidas mentalmente pelo aluno? Como realizar a efetivação das
Habilidades Essenciais necessárias para o bom desempenho das atividades
profissionais como Administrador, Consultor, Empresário se o aluno não consegue
concatenar suas ideias e reconstruir com suas palavras as leituras feitas; nem
dominar os temas discutidos em classe e as indicações concebidas nas preleções
dos professores sobre os diversos temas de seu curso? Aqui vão algumas questões
que devem ser precisamente respondidas pelos alunos. A parte que nos cabe como professor
está nos esforços para realizar a geração de conhecimentos, mas precisamos que
os alunos se comprometam com o seu desempenho e procurem aprender, pelo menos,
as cinco artes que aqui estou indicando. Fazendo isto eles serão mais ativos e
participativos nas aulas, o que contribuirá, sem dúvida, para uma ampla
aprendizagem sem ser necessário decorar qualquer texto, além torna-los mais
criativo.
A seguir apresento de forma sumária as Habilidades Essenciais que
podem contribuir para o Administrador de Sucesso. Vejam que uso pouco quase
nunca a palavra gestor, mas vale salientar que a Administração é composta com
uma gama significativa de gestão e não o contrário como vem sendo exposto nos
compêndios usados nos cursos, em especial os traduzidos. Aqui considero o
Administrador um generalista e o Gerente (ou Gestor) um especialista. Porém, para
que ambos possam ser bem sucedidos e competitivos precisam estar sempre a
aperfeiçoar essas Habilidades Essenciais (HE).
As
Habilidades do Administrador de Sucesso (Parte 5)
Vou começar pelas Habilidades Humanas que também chamo de Sociais,
para discutir pontualmente os conteúdos que podem ajudar os alunos a perceberem
a importância de investir seu tempo e energia para aperfeiçoar, cada vez mais
as HE. Estas habilidades estão relacionadas com a cultura humana, social e
organizacional das empresas, das comunidades de negócio e dos profissionais que
atuam em seus micro e macro ambientes, dentro do projeto de estudo que eu
realizo. No texto que estou preparando denominado: “As Habilidades do
Administrador...”, discuto de forma mais ampla a importância das HE focando a
formação de uma Administração Brasileira, e lá as Habilidades Humanas foram
assim especificadas: “Pode dizer-se que (essas Habilidades) estão relacionadas
com a capacidade e o discernimento que um profissional possui de realizar suas
atividades através das pessoas e interagindo com elas de forma efetiva [afetiva
também], no que se inclui para esta realização o conhecimento ou domínio de
Processos Motivacionais bem como a aplicação eficiente de sua capacidade para Liderar grupos e ambientes humanos”.
No que concerne aos elementos emocionais e espirituais eu os
estudo de forma mais específica junto com as próprias Habilidades Emocionais e
Espirituais (e considero estes elementos em meus estudos como nível micro de
competência ou nível ambiental intrínseco). Portanto, o que os profissionais
devem procurar desenvolver, quando se trata de Habilidades Humanas e Sociais,
são aqueles valores que formam: a cultura, a ética e a estética, os valores
comunicativos e dialógicos, bem como as várias formas de relacionamento geradas
pelo ambiente onde atua, age e vive o profissional. São fatores que tornam o
indivíduo uma pessoa mais humana ou mais humanizada dentro de seus grupos,
comunidades, organizações, etc., mesmo que seja necessário considerar nesses
aspectos os valores que constituem as bases emocionais e espirituais, os quais
tenham contribuído como elementos de Endoqualidade
para a formação da competência humana do Homem. Em outras palavras, as
Habilidades Humanas e Sociais respondem pela Exoqualidade e pela Ecoqualidade
Pessoal Extrínseca do Profissional, enquanto as Habilidades Emocionais e
Espirituais respondem por sua Endoqualidade e Ecoqualidade autotélica e
intrínseca.
As Habilidades Emocionais envolvem-se com as energias psíquicas e
orgânicas do indivíduo promovendo ações sobre o ambiente e absorvendo ações do
ambiente sendo, portanto, um dos fatores-chave do processo sinérgico que realça
o sentido humano das pessoas. Esse processo envolve as Inteligências Emocionais
(IE) que enriquecem as ações e as atividades humanas dentro das organizações.
Desenvolve-las e aperfeiçoa-las pode proporcionar a realização da Maturidade
Pessoal do profissional.
As Habilidades Conceituais e Interpretativas representam as mais
críticas ou aquelas que servem de alavanca para que um profissional possa
avançar na direção do sucesso, porque elas são responsáveis pelo discurso, pela
elaboração do conteúdo textual, oral, semiótico, linguístico, comunicativo e
projetivo do conhecimento. Podemos dizer que “[Essas] (...) habilidades (...)
implicam na capacidade que possui um profissional de decodificar os Signos que compõem todo o universo do
seu campo de atuação ou a complexidade da organização como um todo, em sentido Holístico, sem se descuidar de cada
área específica de que é formado este universo complexo. Permite agir de acordo com os objetivos globais da organização, e
não apenas em função de Metas (Focos de
Negócio) e necessidades urgentes e imediatas atribuídas ao próprio grupo e
ao contexto da organização”.
Quanto às Habilidades Técnicas elas representam a parte que
envolve a realização das atividades aprendidas pelo profissional. São
habilidades que caracterizam a gestão. “Diz-se que um indivíduo (ou um
profissional) é dotado de habilidade técnica quando ele possui Capacidade de aplicar Conhecimentos Técnicos, métodos e para
utilizar-se de equipamentos e ferramentas necessários à execução de tarefas
específicas. Esta habilidade é adquirida através da experiência, da Educação e do Treinamento”.
Para o profissional de Administração desenvolver e manter sempre
atualizadas as Habilidades Heurísticas representa uma oportunidade de expor
suas capacidades para criar e inovar, desconstruir e ordenar os processos
negociais. “[Essas habilidades resultam] da capacidade intuitiva de
compreender, identificar e construir Cenários,
bem como associá-los ao Processo
Decisório (...) no sentido praxionômico
de inovação, intuição, inter-relação de valores, ideias e decisões, interagindo
na busca e envolvimento de fatores criativos capazes de construir
(re-construir) o futuro por antecipação, prospecção ou previsibilidade de
ações.” Concluo assim este tema das Habilidades Essenciais ainda que o esteja
tratando de forma sumária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário